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sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Felicidade não faz mesmo pérola?


Resolvi, por vários motivos pessoais e inquietações internas, que me daria de presente o livro de Rubem Alves chamado Ostra feliz não faz pérola. Confesso que enquanto comprava o livro pensava que o significado desse título era um exagero. Ostra feliz não faz pérola... será que de fato ninguém feliz produz nada de bom?

Duvidei.

O fato interessante é que o termo felicidade me incomodou. Talvez eu diria que a completude não faz pérola. Quem se sente pleno, calmo, completo, não sente necessidade de produzir. Mas, de novo, será?

Grandes gênios no fundo se mostravam incompletos em algo, talvez fosse felicidade, talvez curiosidade, talvez amor.... e daí produziam lindas pérolas como forma de completar esse algo. Mas e os grandes religiosos, pessoas aparentemente plenas e completas que ainda sim produzem algo. Será que nossa afirmativa da ostra está errada nesses casos, ou eles, acima do que parecem, possuem sim seu, mesmo que leve, grau de incompletude?

Complicado.

Mas o interessante é que experimento isso com frequência. O vazio do conhecimento me corroí. Ter uma pergunta e não ter uma resposta me inquieta. A curiosidade é meu pecado. Talvez por isso tenha ido parar na área de pesquisa e da academia. É um deleite ter um insight, uma ideia, entender a resposta de uma pergunta que formulada no meio do café.

Duvidei, mas até pensar com calma. Acho que agora aposto mais no fato de que a falta de completude, seja aonde for para cada um, nos move a produzir algo que almejamos ser belo, ser uma pérola.


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