Resolvi,
por vários motivos pessoais e inquietações internas, que me daria de presente o
livro de Rubem Alves chamado Ostra feliz
não faz pérola. Confesso que enquanto comprava o livro pensava que o
significado desse título era um exagero. Ostra feliz não faz pérola... será que
de fato ninguém feliz produz nada de bom?
Duvidei.
O
fato interessante é que o termo felicidade me incomodou. Talvez eu diria que a
completude não faz pérola. Quem se sente pleno, calmo, completo, não sente
necessidade de produzir. Mas, de novo, será?
Grandes
gênios no fundo se mostravam incompletos em algo, talvez fosse felicidade,
talvez curiosidade, talvez amor.... e daí produziam lindas pérolas como forma
de completar esse algo. Mas e os grandes religiosos, pessoas aparentemente
plenas e completas que ainda sim produzem algo. Será que nossa afirmativa da
ostra está errada nesses casos, ou eles, acima do que parecem, possuem sim seu,
mesmo que leve, grau de incompletude?
Complicado.
Mas
o interessante é que experimento isso com frequência. O vazio do conhecimento
me corroí. Ter uma pergunta e não ter uma resposta me inquieta. A curiosidade é
meu pecado. Talvez por isso tenha ido parar na área de pesquisa e da academia.
É um deleite ter um insight, uma ideia, entender a resposta de uma pergunta que
formulada no meio do café.
Duvidei,
mas até pensar com calma. Acho que agora aposto mais no fato de que a falta de
completude, seja aonde for para cada um, nos move a produzir algo que
almejamos ser belo, ser uma pérola.
Nenhum comentário:
Postar um comentário