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sábado, 25 de janeiro de 2014

Para aposentar...

Acabo de ler uma crônica de Rubem Alves sobre a aposentadoria, que entre tantas do livro, me despertou para um aspecto importante da vida. Começamos a trabalhar muitas vezes já imaginando o dia em que ganharemos nossa carta de alforria. Alforria sim, pois muitos mesmo amando o que fazem, anseiam pelo momento em que poderão ter a opção de se dedicar a outros afazeres, sem obrigações e prazos e compromissos e estresse.

Mas só almejamos tanto essa liberdade porque nos esquecemos de que temos direito a viver além do trabalho durante esses 35 anos, ao invés de esperar que eles cheguem para começar a viver o que se gostaria.

Ninguém nega que o trabalho traz benefícios e responsabilidades, limita as nossas vontades criativas de viver outras situações e emoções a hora que desejar, mas não impede que cada dia seja vivido por inteiro.

Rubem Alves, sabiamente toca na ferida ao dizer que muitos aposentam, já sem saber voar, como um passarinho engaiolado a muitos anos. Pra evitar, deixe as portas da gaiola sempre aberta!

Saia para dar voos com frequência. Sejam rasantes, sejam tranquilos. Não espere ter anos de asas cortadas e sem passar pela portinhola, vivendo de promessas. Promessas de deixar tudo sempre pra depois, sempre para daqui a pouco.

Todos merecemos os momentos de trabalho para a alma. Não estamos perdendo tempo de trabalho diário ao nos divertimos, dedicarmos a um hobby, a uma paixão, estamos tranquilizando a mente. E claro, mente tranquila, sente mais prazer em trabalhar. E lembre-se é preciso trabalhar por pelo menos 35 anos para que o momento esperado aconteça.

Mas ele só será proveitoso se sempre tivermos deixado a gaiola para ousar voos, a mente tranquila com prazeres pessoais e disponibilidade de almejar e cumprir sempre algo a curto prazo.

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